24 de ago. de 2009

As nossa cruzes!

Nessa foto está ele e um viajante de medicamentos e atrás é um rapaz dos Moura de Cedro.

Quando nosso pai se foi, a gente ficou procurando alguma coisa que ele tivesse escrito. Difícil tarefa. Ele era muito bom de falar, ao contrário de mim, mas não escrevia quase nada. Depois de revirar tudo, encontramos algumas coisas. Uma foto da nossa casa, na enchente de Cedro, a cartinha que ele fez “pedindo” minha mãe em namoro. Linda cartinha de quase 50 anos, e outras coisinhas. E uma muito interessante, uma relação com o nome dos filhos, seguidos de uma cruz. Mas o que seriam essas cruzes? Demorou um tempinho pra alguém descobrir.

A relação era assim:

Tereza ++++
Hermano ++++
Regina ++
Eulina ++++
Tarciso ++
Marizinha +++
João +++
Candinha +
Cecília ++
Eudin
Cesar
Ana Cristina
Tereza Cândida

Acho que estava assim na época, mas não tenho certeza se errei algum. E cada cruz era o número de filhos que a gente tinha! rsrsrssr

Arrumando a casa...


(Na foto Rafael, já com 31 anos e o sobrinho Lucas)

No dia do aniversário de mês da morte do nosso pai, nós viajamos todos para o sítio Canindezinho, onde foi celebrada a missa. Minhas tias de Fortaleza e outros parentes estavam todos lá. Minha tia Eliane, que a gente carinhosamente chama de "Nenem" veio também. E depois da missa fomos todos para o Crato, a 13 km da minha casa em Juazeiro do Norte.

Como ela nunca tinha me visitado, aproveitei a viagem e chamei pra ela ir comigo, conhecer nossa casa. Ela aceitou e eu dei um jeitinho de telefonar pra Rafael, sem ninguém ouvir e pedi pra ela dar uma arrumada na casa, que devia estar de "cabeça pra baixo". Ele como sempre muito atencioso, se prontificou a fazer o serviço. Quinze minutos depois nós estávamos lá e me admirei de como estava tudo tão arrumadinho, mas fiquei calada, claro. Ele tinha 10 anos, na época.

Conversa vai, conversa vem, fomos sentar as duas, num banquinho em baixo da mangueira e foi ai onde ela falou uma coisa que nunca esqueci:

- Mas o Rafael é um menino muito atencioso. Assim que cheguei ele me falou: - Tia Neném, desculpa se não está tudo arrumado, mas quando a minha mãe telefonou foi muito em cima. Só deu pra eu enfiar tudo dentro do gurda roupa dos quartos.

Ai, meu Deus! quase não acreditei! rsrsrsrs Ainda bem que era gente de casa, minha tia.

E no dia seguinte, de toda porta que eu abria caia uma "trouxa", com toalha molhada, tênis, livros, etc, etc ...

11 de ago. de 2009

Crepúsculo de mi misma

Tela de John Atkinson Grimshaw

Crepúsculo de mi misma

El sol se levanta en un nuevo día:
- Los pájaros saludan el amanecer
Las flores y los ríos cantan
Las aguas parecen más cristalina
Y el vivir es más intenso!

Así fue mi vida.
Apasionada, jamás pensaba
Que en la soledad, podía ver
la salida del sol o las estrellas en el cielo !

Yo no tengo un nuevo comienzo!
En el crepúsculo de mi vida,
sin brillo, sin luz.
Los niños no cantan,
Y no hay transbordo en los ríos!

Los pájaros están volando en adiós ,
Como si no quisieran ver el final del día.
Como yo no quiero,
,br>Nen puedo tolerar mi final ...

Regina Helena
Tradução de Maria Madalena




2 de ago. de 2009

Manoel Costa: Uma saudade alegre


A letra dele. Muito linda.

Nossa irmã Lininha estava noiva de Bernardo quando este, numa farra com outros amigos, resolveu sair com uma das meninas. Na época, (1966) isso terminava em casamento. Não tinha o “ficar”. Foi um escândalo. Cidade pequena, nossa casa encheu de gente curiosa pra ver o drama. Quando eu cheguei em casa, ela estava na mesa da sala, com a cabeça entre os braços e a aliança no meio da mesa. Meu pai falava para as pessoas:

- vão pra suas casas, está sem jeito. Amanhã a gente vê como fica.

Quando todo mundo saiu, ele chamou jevan pra conversar e disse o seguinte:

- Essas coisas são como uma pessoa que vai passando para uma festa, com uma calça branca de linho e, em certo momento um carro passa num poço de lama e respinga a calça. Se a pessoa passa a mão, espalha a lama e não tem jeito. Suja tudo. O certo é esperar secar, então formam-se uma bolinhas duras que você facilmente remove do tecido...

Vamos deixar “esfriar”. Aí a gente vê o que deve ser feito.

....

Pra quem ficou curioso com o resultado: O Bernardo não casou. Ficou louco, desesperado atrás da nossa irmã, mas nosso pai falou pra ela que nunca mais falasse com ele, embora deveria deixar claro que “ela” não queria.

Ele não podia perder a amizade do pai do rapaz, que era compadre, parceiro político, etc. E assim foi.