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3 de jul. de 2024

César (Papagaio)



César e Tereza, era um casal do tipo em que pensávamos, viverão juntos para sempre. Tocavam o Bar do Papagaio que, o dono dizia: “Bar do César”, mas não convencia ninguém. A cidade inteira só ia ao Bar do Papagaio. E lá nem estava a bela avezinha palradora. O César é que tinha mesmo uns ares de papagaio. Um dia Dona Tereza estava sobre um banquinho amarrando uma caixa de som no alto de um esteio e um freguês insistente pedia uma cerveja. Ela disse: “Calma rapaz, você não está vendo que estou trepando?” (se referia a estar trepando no banquinho para fixar no alto a caixa de som). Outro freguês mais saliente, disse: “Já que o Papagaio não trepa, né Dona Tereza?). Risada geral. 

O ambiente era sempre alegre e cheio de descontração, um espaço democrático digno dos melhores barzinhos. Nem sei como não me tornei viciado, não só no álcool, mas nas alegrias inusitadas que proporcionam tais lugares.

O Papagaio, fiel companheiro, começou a dar umas saídas sem prévio aviso e a se demorar mais que de costume. Dona Tereza, que colocava a mão no fogo quando o assunto era a fidelidade de seu amado, começou a ter uma leve desconfiança. Por via das dúvidas, um dia seguiu de forma imperceptível o seu amado pelas longas e tranquilas ruas até vê-lo entrar numa casa, longe de desconfiar que estava sendo observado. Ela deu um tempo até que bateu na porta. Quem a recebeu foi o Papagaio com um papeiro nas mãos, esfriando o mingau do bebê que se esgoelava de fome nos braços de sua nova amada. Estava armado o barraco, mas depois foi o assunto superado por todos.

Da última vez que encontrei o Papagaio ele me disse que a união foi desfeita mas que são bons amigos.






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