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24 de jun. de 2024

Foi-se embora Patativa


Foi-se embora Patativa
Que cantava em Assaré
As coisas do seu sertão
Com muito amor e fé
Deixando órfã a nação
Dos poetas de cordel

Cantou coisas alegres
E as tristes protestou
Grande acervo deixando
Sobre o que considerou
No seu poder de mando
Na forma como rimou

Sorbone lhe estuda
Sob a regência do Cantel
Que aqui se encantou
Com o seu belo cordel
E para França levou
A obra do menestrel

Embora semi-analfabeto
Passou lição em doutor
Que mesmo tendo cultura
Sofria falta de amor
E à Patativa sem estudo
Sabedoria não faltou

Nasceu predestinado
Para fazer cantoria
Sobre o sofrido sertão
Como ele mesmo dizia
“Se outros cantam sua cidade”,
"Eu canto a roça que é minha".

Muito perdeu o Nordeste
Veremos tempos depois
Que nosso cabra da peste
Deste mundo se foi
No dia oito de julho
Do ano dois mil e dois 
Agora que está no céu
Ao lado do Pai maior
Cante o que é eterno
Ou o que achar melhor
Mas não esqueça o Ceará
E o Sertão que ficou só

Tarciso Coelho, julho/2002.





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