2 de ago. de 2009

Manoel Costa: Uma saudade alegre


A letra dele. Muito linda.

Nossa irmã Lininha estava noiva de Bernardo quando este, numa farra com outros amigos, resolveu sair com uma das meninas. Na época, (1966) isso terminava em casamento. Não tinha o “ficar”. Foi um escândalo. Cidade pequena, nossa casa encheu de gente curiosa pra ver o drama. Quando eu cheguei em casa, ela estava na mesa da sala, com a cabeça entre os braços e a aliança no meio da mesa. Meu pai falava para as pessoas:

- vão pra suas casas, está sem jeito. Amanhã a gente vê como fica.

Quando todo mundo saiu, ele chamou jevan pra conversar e disse o seguinte:

- Essas coisas são como uma pessoa que vai passando para uma festa, com uma calça branca de linho e, em certo momento um carro passa num poço de lama e respinga a calça. Se a pessoa passa a mão, espalha a lama e não tem jeito. Suja tudo. O certo é esperar secar, então formam-se uma bolinhas duras que você facilmente remove do tecido...

Vamos deixar “esfriar”. Aí a gente vê o que deve ser feito.

....

Pra quem ficou curioso com o resultado: O Bernardo não casou. Ficou louco, desesperado atrás da nossa irmã, mas nosso pai falou pra ela que nunca mais falasse com ele, embora deveria deixar claro que “ela” não queria.

Ele não podia perder a amizade do pai do rapaz, que era compadre, parceiro político, etc. E assim foi.

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